Dois dias pelos caminhos do Ó

* Este post é resultado de duas caminhadas que fiz junto com Gilberto Tomé, Livia Gabbai, Paula Gabbai e Renato Hofer. Gilberto, artista gráfico, ganhou incentivo do Proac para fazer este lindo projeto de percursos e um livro de artista. Entendo que Tomé fez muito mais do que isso. Sensibilizou pessoas para olharem um caminho antigo ameaçado pelas radicais transformações que estão acontecendo ali. Colocou seus moradores diante da beleza da história da antiga estrada e do caminho de seus ancestrais. E, finalmente, abriu uma exposição no próprio Caminho do Ó, Praça das Porteiras ( Praça da Árvore). Segue um … Continuar lendo Dois dias pelos caminhos do Ó

Passeio pelo Bom Retiro com audio-roteiro da Casa do Povo

Ontem fiz um passeio incrível de bicicleta e a pé. Fui até o Bom Retiro pela ciclovia sob o Minhocão. É uma delícia andar de bike por ali, principalmente nos dias quentes porque lá embaixo é bem fresquinho. De lá peguei outra ciclovia logo depois da Estação Marechal Deodoro e ai foi só felicidade. Barra Funda, Campos Elíseos e o pontilhão do trem anunciando a entrada no Bom Retiro. Sábado é dia agitado nesta região por conta do comércio. Mas se vc vai entrando mais para o miolo do bairro, a febre das compras diminui bem. Eu fui até a … Continuar lendo Passeio pelo Bom Retiro com audio-roteiro da Casa do Povo

Será possível que ainda chova? (Re ti será)

A partícula será no início de uma frase – na boca dos paulistas – toma um sentido todo especial e particular. Tem sua herança no português de Portugal, mas é indiscutível sua procedência tupi-guarani conforme afirma  Affonso A. de Freitas:  “ é uma das quatro partículas que os nossos indígenas costumam empregar para distinguir uma interrogativa de uma afirmativa por desconhecerem a inflexão de voz como fazem os civilizados”.  Assim, o será tupi-guarani tem a função de encerrar as sentenças como ainda é usado no norte do Brasil: chove, será (Re ti será). Porém, da  influência do português e do … Continuar lendo Será possível que ainda chova? (Re ti será)

A cidade dos humoristas: Plano diretor X A lógica do absurdo

A imagem deste post é de 16 de maio de 1922. Lá na rua São Bento, centro antigo da cidade de São Paulo, um homem olha para cima. Reparem que a rua é estreita para o tamanho do edifício que ele observa. Desproporcional a dimensão da  rua e a visão do homem. São Paulo cresceu sem grandes regulamentações sobre escalas. Historicamente a especulação imobiliária orquestrou o sobe e desce. A valorização e desvalorização de algumas regiões da cidade em detrimento de outros. Não quero entrar aqui no caráter dos edifícios novos. Eles falam de um gosto e de uma forma … Continuar lendo A cidade dos humoristas: Plano diretor X A lógica do absurdo

A dinâmica dos nomes de ruas na cidade de São Paulo *

Na rua sem resistir                               me chamam                                                      torno a existir (Paulo Leminski) Resolvi escrever este post depois de ler um artigo no Estadão sobre a proposta do vereador Nabil Bonduki de mudança de nome do Elevado Costa e Silva aqui em São Paulo para como é mais conhecido, Minhocão. Conforme o artigo, a mudança de nome busca fazer uma revisão … Continuar lendo A dinâmica dos nomes de ruas na cidade de São Paulo *

O Incêndio do Polytheama: o teatro mais velho de S. Paulo

ESP 29/12/1914

No dia 29 de dezembro de 1914, o jornal O Estado de São Paulo publicou um incêndio em um dos  teatros mais importantes de São Paulo, o Polytheama. O velho barracão de zinco que atravessou a primeira década do século XX apresentando em seu palco a diversidade dos entretenimentos – o circo de cavalinhos, a grande atriz Sarah Bernardt, as pantomimas do Guarani com a Ceci cabocla e o Peri italiano – pegara fogo e estava reduzido a escombros. As causas do acidente não eram conhecidas. “Do Polytheama só restavam apenas pilares e um montão de cinzas.”

O incêndio do Polytheama em 1914, pode ser pensando como um marco simbólico de uma mudança radical no universo dos divertimentos na cidade e também nas distinções morais na área central.

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