Mapping Manhattan = Mapeando Manhattan

No meu mapa, um lugar só existe se há alguma emoção ligada a ele (Becky Cooper)

Em tempos de espaços virtuais, relacionamentos em redes sociais onde imagens-códigos como “curtir”, “compartilhar” encerram acenos de afetividades e vínculos entre as pessoas, a volta às ruas como lugar que pode ser preenchido com olhares, emoções e vínculos  parece algo muito próximo daquele movimento gastronômico  slow food. 
Foi isso que a escritora nova iorquina Becky Cooper fez. Pegou um monte de papéis em branco, cortou em pedacinhos compridos, bem próximo das dimensões  da ilha de Manhattan, e foi distribuindo as tais tiras em branco pela cidade.
O resultado surge agora em livro que contém 75 mapas de Nova York, nos quais as tiras em branco distribuídas pela escritora foram lindamente preenchidas por desenhos que mostram o percurso afetivo dos participantes por seus lugares na cidade: “Wall Street: pesar. Algum ponto a oeste do Central Park: um mendigo me perseguiu aos berros. Meatpacking District: demora para se apreciar.“(FSP, 01/10/13) .
Philippe Petit, aquele equilibrista maluco  que em 1974 se  pendurou nas extintas Torres Gêmeas e ficou zanzando de um lado pra outro entre elas nas alturas, tem o seu mapinha publicado no livro de Becky. A própria autora também desenhou o seu no final. O livro, como saiu publicado  ontem na Folha (01/10/2013), pode ser adquirido na Amazon.com por R$ 31,00. Assim como se pode apreciar melhor esta vivência de Becky pelas ruas de Nova York em seu site.

Neste site ainda podemos fazer nosso mapa da ilha de Manhattan através de um pedacinho de papel virtual que esta disponível. E isto de Amazon.com, Nova York e lugares físicos ou não, me lembrou algo bem engraçado que ocorreu comigo nos primeiros tempos em que o mundo virtual bateu à minha porta em forma de livros.
Amazon pra mim era uma livraria de NY como a Livraria Cultura é aqui no Edifício do Conjunto Nacional em SP e,  quando fui para lá, a primeira coisa que fiz foi procurar na lista telefônica onde ficava a tal livraria que tinha “todos os livros que eu procurava”. O resultado hoje em dia todo mundo já sabe:  não existia um lugar físico Amazon.com em todo o mapa dos  Estados Unidos, mas juro que  na hora que me dei conta disto,  fiquei sem chão!!!!

Para saber mais:

Livro Mapping Manhattan de Becky Cooper, editora Abrams. Amazon.com

Site: mapyourmemories.tumblr.com,  Becky Cooper

Autora reúne em livro mapas ‘sentimentais’ de Nova York, Folha de São Paulo, 01/10/13, Caderno Ilustrada pg. E5.

2 comentários sobre “Mapping Manhattan = Mapeando Manhattan

  1. A palavra “MAPA”, soa nos meu ouvidos, como uma palavra mágica! Claro, Professora de Geografia e estudiosa de Astrologia (Mapa Astral ou Carta Natal)… tudo a ver. Aliás, foi o “amor” pelos mapas, adquirido durante os primeiros anos escolares, que me levou para estes “caminhos”. A Astrologia que pratico denomina-se Astroterapia e é um psicodiagnóstico, estabelecido a partir da leitura e interpretação do Mapa Natal de uma pessoa. Esta modalidade de análise é Junguiana. Entre muitos conceitos estabelecidos por C. G. Jung, tem um que diz assim, se referindo à importância da “inteireza” do “homem”: “O ser humano é um “tripé”: sentir, pensar e agir”. Se considerarmos o conceito de “lugar”, um dos mais importantes para a Geografia, uma vez que é o espaço onde a vida transcorre, como sendo um “ponto” no mapa, porque é uma localidade, mais o “tripé” Junguiano, tendo o “sentir” como a matéria-prima, a base para as outras instâncias da vida, ou seja, o pensar e o agir, então a formulação da escritora Becky Cooper, que implicou em uma vivência e resultou em um livro, em tempos de “fest food emocional”, é de uma ousadia, para além da pós-modernidade, algo que só um “olhar inaugual” é capaz de antever.
    Mara Albissú

    Curtir

Deixar mensagem para paula janovitch Cancelar resposta